sexta-feira, 1 de julho de 2011
Our Love Story...
Nossa historia de amor...
Eu estava sentada na cafeteria da escola sozinha, quando você veio, com aquele sorriso lindo que, de algum jeito, só você sabe fazer, e pediu pra se sentar comigo. Sorri e assenti, solidarizando com o garoto novato. Depois de apenas poucos minutos, era como se a gente se conhecesse desde sempre. Se tornou um hábito... Sempre que um intervalo nas nossas vidas aparecia a gente tinha que se ver. É claro que eu te via como um melhor amigo, e tinha certeza que você sentia o mesmo por mim. Não demorou muito pros boatos começarem... E as gozações também. Diziam que a gente estava junto, que os nerds só podiam se combinar. Não daria outra, certo? Eu era uma escritora solitária e você um músico incompreendido. Não éramos exatamente as pessoas mais populares do colégio. Os boatos vieram, mas a gente nem ligava... Nada iria estragar a nossa amizade... Nada além de nós mesmos. Pois é, começamos a sentir algo mais. Não poderia ser mais inoportuno mas, ainda sim, sentimos. Não que fôssemos admitir um pro outro. Agora, a gente se falava todos os dias, o tempo todo. Vieram mais silêncios constrangedores e olhares significativos. Quando eu não estava com você, eu pirava. Literalmente. Pensava em você constantemente. No entanto, ficava triste. Triste porque achava injusto que tudo tinha que se confundir. Triste porque sabia que você era apenas meu amigo, sem segundas intenções. Triste por me sentir culpada, por aproveitar cada abraço, cada palavra, cada gesto... Minha cabeça era uma confusão só.
Um dia, você foi até meu apartamento, em uma noite de sábado, com uma cesta de piquenique na mão, dizendo pra gente fazer um piquenique noturno no terraço. Ainda posso me lembrar de cada palavra:
Estávamos sentados em uma toalha xadrez, olhando por céu estrelado, quando uma estrela cadente passou.
-Faz um desejo! - Eu falei. Fechamos os olhos e em seguida abrimos. Ele me olhou, mas eu estava tentando evitar esse olhar. Eu desejei que tudo pudesse voltar a ser o que era antes, que tudo pudesse ser mais simples, mas eu sabia que não seria assim, pelo menos não agora, especialmente se ele ficar me olhando com aqueles olhos verdes.
-Ei, o que você desejou? - Ele perguntou. Respirei fundo e virei pra ele, que agora parecia confuso e preocupado. Eu conhecia ele, e poderia dizer que ele vincava a testa sempre que tinha pensamentos demais na cabeça.
-Não pode dizer, esqueceu? Se não ele não se realiza... – Eu dei uma risada nervosa, desviando o olhar rapidamente. Ele ficou em silêncio, aquela cara de cachorrinho abandonado. Eu não resisti. Não, eu não beijei ele. Eu não sou assim tão louca. Mas eu estava procurando por qualquer coisa pra falar, quebrar a tensão. Antes que eu pudesse formular qualquer coisa, ele falou.
-Bem, eu devo falar meu desejo. – Ele afirmou, enfatizando o devo.
-E por que isso?
-Porque, pra ele acontecer, eu preciso da sua ajuda. – Ele me olhou. ‘’Ah, Deus. Por favor, por tudo que é mais sagrado, NÃO faz ele me pedir pra arranjar ele pra ninguém’’ Implorei em silêncio, enquanto ele me olhava, com angústia nos olhos.
-Vou fazer o que eu puder. – Minha voz falhou no final, me fazendo praguejar por dentro. Ele desviou os olhos de novo e coçou a cabeça, sinal claro de que o que estava por vir era muito, muito ruim.
-Olha... O que eu vou dizer vai provavelmente acabar ou danificar permanentemente a nossa amizade, mas... – ‘’Ah, não’’ Comecei a pensar ‘’ Ele descobriu que eu gosto dele e quer me dar um fora ali, no ato. ’’... – Eu te amo.
Da licença, alguém tem um desfibrilador ai? Porque meu coração acabou de parar e precisa de reanimação. Olhei pra ele tão rápido que meu pescoço doeu em protesto. Ele me olhava intensamente, seus olhos de esmeralda podiam me fazer esquecer de tudo. Depois que pensei no assunto, no entanto, saí da minha pequena bolinha de felicidade. Ele provavelmente falava sobre o tipo de amor que, naquele momento, parecia melhor do que falsas esperanças. Até, que ele continuou...
-Garota, eu realmente te amo. De um jeito indescritível. Eu faço músicas pra você, fico triste quando você não está por perto e, eu nem acredito que vou assumir isso agora, mas eu tenho muito ciúmes de quando você escreve artigos com aqueles jogadores de futebol estúpidos pro jornal da escola. Quero dizer, porque eles têm de ser tão atrevidos, sabe? Enfim, eu não queria isso, porque eu sei que vai acabar com a nossa a amizade e, por extensão, vai acabar comigo, porque eu não vou aguentar de ter de te ver todos os dias sem poder te abraçar, ou conversar contigo e... – Eu queria gritar, queria sorrir, queria beijar aquela boquinha linda que tinha acabado de falar as palavras que eu sempre sonhei ouvir, mas não sabia o que fazia primeiro. Sorri radiantemente, mas ele estava concentrado na lua, tentando não me olhar ou deixar que eu pudesse ver seu rosto. – Eu... Eu vou entender se você não quiser me ver de novo. Pode ser bem estranho uma amizade em que uma das pessoas tem sentimentos pela outra. Eu vou me afastar, é o melhor. Eu só queria que voc... – Calei sua boca com um beijo. Ele estava começando a falar besteiras, se é que dá pra entender o que eu estou dizendo. Sentei no seu colo e passei os braços no seu pescoço, enquanto ele envolvia minha cintura e nós compartilhávamos o beijo apaixonado que, aparentemente, já esperávamos por algum tempo.
Hoje, passado um bom tempo do começo, estamos aqui sentados no terraço do meu prédio, olhando o sol se pôr. Eu gosto de relembrar essa história, por todos os minutos de todas as horas. Como eu era sortuda de ter o garoto Tudo De Bom do meu lado, com o braço entrelaçado no meu, que me diz palavras bonitas constantemente e sempre de uma maneira original, e que considera o amor de forma tão... não-de-garotos. Eu era muito grata a ele por me fazer sentir desse jeito, por sempre estar comigo e.. Bem, se eu ficar falando, isso não vai acabar nunca.
-Obrigada. – sussurrei no ouvido dele, que sorriu e se virou pra ele próprio sussurrar alguma coisa no meu.
-Eu Te Amo. – Não posso dizer que essa é a melhor ou a pior história. Só posso dizer que é a minha. Ou melhor, a Nossa História De Amor.
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